terça-feira, 2 de agosto de 2011

Preto Velho - Raiz da Umbanda




Abertura

.1
Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
Preto Velho que veio da Costa
Veio do Congo, Luanda e Guiné
Preto Velho de Nossa Senhora,
Vem no terreiro olhar filho de fé
Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
Preto Velho que gira na Angola
Gira no Gege, Bantu e Nagô
Preto Velho de Nossa Senhora
Filho de Zambi ele é meu protetor
Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
Preto Velho aqui na terra
Trabalhou, tanto trabalhou
Até que um dia, lá na Aruanda
Nossa Senhora o abençoou
.2
 
 
Nego está molhado de suor
Está feliz porque Deus o libertou
Oi sinhá, sinhá
Segura chibata, não deixa bater
Faz uma prece pra nego morrer
Nego não quer mais sofrer

Pontos Individuais

 PAI JOÃO

No clarão da noite, no romper do dia 
Chama Pai João, chama a Mãe Maria 
Pra me defender da feitiçaria
Saravá o Pai João, saravá a Mãe Maria
Saravá povo de Umbanda
Saravá a estrela guia

 PAI JOÃO

Na Angola tem um velho
Que caminha devagar
Chama Pai João, vamos trabalhar
Chama Pai João, vamos saravar

 PAI JOAQUIM D’ANGOLA

Firma ponto minha gente
Preto Velho vai chegar
Ele vem de Aruanda
Ele vem pra trabalhar
Saravá o Pai Joaquim
Saravá, saravá, saravá
Ele chegou no terreiro
Ele vem nos ajudar

 PAI JOAQUIM D ‘ANGOLA

Na aroeira de São Benedito
Santo Antônio mandou me chamar
Pai Joaquim ê, ê, Pai Joaquim ê, á
Pai Joaquim veio de Angola
Pai Joaquim vem de Angola, Angolá

 PAI AMBRÓSIO

Chegou Pai Ambrósio, chegou
Para salvar os filhos de fé
Na Umbanda só se vence por amor 
E ele vem na linha do Senhor

 TIO ANTÔNIO

Pedi licença à Mamãe Oxum
Pedi licença à Papai Oxalá
Pedi licença ao Sr. do Bonfim
Pra Tio Antônio vir trabalhar
Quem vem lá é de paz
Quem vai chegar no Congá
É um baiano formoso
É Tio Antônio que vem trabalhar

PAI JEREMIAS

Canoeiro, canoeiro, o que traz nessa canoa
Trago pemba, trago guia
Jeremias vem na proa
Canoeiro, canoeiro, o que traz nessa canoa
Trago pemba, trago guia
E o rosário de Maria

 PAI CHICO DA LUZ

Ainda bem já era dia
Oxalá mandou chamar
Firma a cabeça, meu filho
Que tem Preto pra chegar

 ZÉ PILINTRA

Seu Zé Pilintra não teve pai
Seu Zé Pilintra não teve mãe
Ele foi criado por Ogum Beira Mar
Na fé de Zambi e de todos os Orixás

 PAI JOÃO

Pai João na capoeira
Entoava cantos nos tempos de Zambi
Foi escravo na fazenda
Mão e pé dos senhores na casa grande
Negro é bicho não é homem
Quando o couro come fica sossegado
Lua cheia noite clara
Negro na senzala
Vira então danado
Pai João sentado em toco, cachimbo, marafo
Velho curandeiro
Nos sobrados nos terreiros
Conheceu o mais cruel dos cativeiros
Conta do amor de Catarina
Pelo valente negro Mateus
Sabe o quanto a dor magoa
Mesmo assim perdoa todos seus filhos
Pai João então se cala
Limpa uma lágrima
Estende a mão
Bate asas como um pássaro 
Desapareceu na escuridão

 PAI LOURENÇO DE GUINÉ

Preto Velho vem
Com a folha verde na mão
Vem benzendo os seus filhos
Saravando seus irmãos
Pai Lourenço é Preto Velho
Vem trazendo o seu axé
Vem benzendo os seus filhos
Com a folha de guiné

 PAI SERAFIM

Pai Serafim vem no meio das flores, 
Olhando o céu, beirando o mar 
Mas ele é Preto Velho de Umbanda 
Que vem de Aruanda para nos salvar

 PAI SERAFIM

Kenguelê, kenguelê, Xangô 
Ele é filho da Cobra Coral 
Olha o Preto está trabalhando 
E o branco não está, está olhando

 PAI BENEDITO

Pai Benedito veio de Angola 
Pai Benedito veio de lá 
Firma a cabeça pra Pai Benedito
Vir trabalhar neste Congá

 ZÉ DO PITO

Meu pito tá apagado 
Minha marafa acabou 
Vou trabalhar pra suncê 
Porque sou trabalhador 
Eu vou trabalhar 
Suncê vai ganhar 
Muito bangô, meu filho 
E depois vem me pagar

 PAI JOAQUIM DE BENGUELA

Pai Joaquim ê, ê
Pai Joaquim ê, á
Pai Joaquim veio de Benguela
Pai Joaquim vai trabalhar


 PAI TOMÁS

Oh! Pai Tomás. Oh! Pai Tomás
Vem no terreiro, vem trabalhar
Filho de Zambi, ele é filho de Oxalá
Oh! Pai Tomás. Oh! Pai Tomás
Vem no terreiro, vem trabalhar
Sua falange tem licença de Oxalá

 PAI LUIZ DE XANGÔ

Kaô, Kaô, Xangô 
Kaô, Kaô, Xangô me chamou 
Olha o nego arriou no terreiro, kaô
Kaô Cabecile, ele é meu protetor
Kaô, kaô, Xangô 
Kaô, kaô, Xangô me chamou 
Salve a linha de Quequelê
Pai Luiz de Aruanda
Ele vem me valer

 PAI JOAQUIM DE XANGÔ

Xangô chamou Pai Joaquim lá na Pedreira
Veio de longe Pai Joaquim
Trabalhar na cachoeira
Xangô chamou Pai Joaquim lá na pedreira
Pai Joaquim chama seus filhos
Pra benzer na cachoeira

 PAI JOAQUIM DE XANGÔ

Xangô está no alto da pedreira 
E Pai Joaquim, guarda a cachoeira 
Águas limpas, cristalinas 
Correm pro rio 
Onde Oxalá se batizou 
Preto Velho Pai Joaquim
É filho de Xangô
É guardião da cachoeira
E do rio que Oxalá se batizou
Águas limpas, cristalinas
Correm pro rio
Onde Oxalá se batizou
Na pedreira, junto da cachoeira 
Preto velho abençoou

 PAI FRANCISCO

Hoje é dia de gira de Preto
Pai Francisco vamos chamar
Hoje é dia de gira de Preto
Pai Francisco vai chegar
Pai Francisco é de Congo
Ele é filho de Yemanjá
Ele vem nesse terreiro
Ensinar filho a rezar

 PAI ANDRÉ

Com flores brancas
Minhas almas vou louvar
Com seu perfume também
Vou me perfumar
Mamãe Oxum ilumina a minha fé
Vem de Aruanda, vem chegando Pai André
Pai André é de Guiné

 PAI TIBÚRCIO

Preto velho Pai Tibúrcio 
Nos ajuda a caminhar 
Nesta estrada tão longa 
Ele vem nos ensinar 
Que nosso Pai Oxalá
Traga amor e caridade
Às crianças de esperança
Ao senhor a eternidade

 PAI JOSÉ DA PRAIA

Pai José da Praia vem 
Vem aqui nos ajudar 
Pai José da Praia vem 
Vem aqui neste congá 
Ele vem nos ensinar
As palavras de Yemanjá

PAI JOAQUIM DA COSTA

Saravá, saravá, saravá
Chega pra lá mandingueiro
Pai Joaquim nasceu lá na costa
Lá na costa ele foi batizado
Pai Joaquim quando risca seu ponto
Desmancha feitiço malvado
Saravá, saravá, saravá
Chega pra lá mandingueiro
Pai Joaquim veio lá da costa
Já chegou no nosso terreiro
Ele vem pra nos afastar
Da mira do feiticeiro

 REI CONGO

Congo, rei Congo, Congo chegou
Congo é maravilha no terreiro trabalhou.

 REI CONGO

Um lindo sol apareceu
E preto velho já está trabalhando
Navegando, remando
Trabalhando e pescando 
Filho de Congo
Filho do Velho
Não reme contra a maré
Siga em frente
Com muita fé
Navegando, remando
E vento soprando

 REI CONGO

Arriou na linha do Congo,
É Congo, é Congo aruê
Arriou na linha de Congo,
Agora que eu quero ver

 REI CONGO

Congo, rei Congo é maravilha
É Congo é congo aruê Saravá
Olha os congo estão chegando aruê
aruê saravá

 REI CONGO
Sou Rei do Congo
Sou rei da magia
Sua terra é muito longe
Seu congá é na Bahia

 PAI MALAQUIAS

Ele veio lá de Aruanda
Com a luz da estrela guia
Saudar filhos de Umbanda
Ele é Pai Malaquias
Nas suas mãos raios de luz
No coração traz a sua guia
A Oxalá pede pra abençoar
O preto velho Pai Malaquias
Com arruda e guiné 
Reza os filhos que tem fé 
Preto velho veio trabalhar
E este congá abençoar

 PAI TIÃO

Nasce o sol bem de mansinho
E Pai Tião está a apreciar
Caminhando a beira do mar
Veio saudar Iemanjá
Quem é do Congo 
Congo aruê 
Firma na areia 
Que eu quero ver 
Preto velho veio trabalhar
E na praia gosta de morar
Vive aqui no seu cantinho
Com seu barco pra pescar
Quem é do Congo 
Congo aruê 
Firma na areia 
Que eu quero ver 
Pai Tião gosta do mar
E aqui vem meditar
Sua grande devoção
É a Senhora da Conceição
Quem é do Congo... 

 PAI JOSIAS

Oi salve Deus
Salve os pretos de Aruanda
Pai Josias chegou
No terreiro de Umbanda

 MESTRE CIPRIANO

Mestre Cipriano vai chegar agora 
No navio negreiro 
Com escravos de Angola 
Veio com bantus, congos e guinés
Trazer à Umbanda a capoeira a quem tem fé

 PAI CIPRIANO DAS ALMAS

Pai Cipriano chegou no reino
Meu Deus, que maravilha
Quando Pai Cipriano chega
Vem pra salvar as suas filhas

 PAI CIPRIANO DAS ALMAS

Feitiço, mandinga, quebranto
Só ele sabe rezar
Sua bengala e seu cachimbo
Servem para trabalhar
Pai Cipriano das Almas
É um velho mandingueiro
Quando chega na Umbanda
Encruza todo o terreiro
Ele é velho rezador
Com seu patuá de valia
Por Deus e Nossa Senhora
Nos tira da agonia

 PAI CIPRIANO QUIMBANDEIRO

Pai Cipriano é de Congo
É um grande curandeiro
Com rezas e mesinhas
Saravá Cipriano Quimbandeiro

 PAI CIPRIANO QUIMBANDEIRO

Sua Quimbanda tem ponto firme
O seu ponteiro não erra
Pai Cipriano Quimbandeiro
Protegei-nos nesta terra

 PAI CIPRIANO QUIMBANDEIRO

Com um belo galo preto
E linda fita encarnada
Cipriano Quimbandeiro
Vai fazer sua arriada

 PAI BENEDITO

Quem é aquele velhinho
Que vem no caminho andando devagar
Com seu cachimbo na boca
Pitando a fumaça e soltando pro ar
Ele é do cativeiro 
É Pai Benedito ele é mirongueiro

 PAI TOMÉ

Mãe Maria, cadê Pai Tomé
Foi pro mato buscar guiné
Pai Tomé, quando voltar
Peça pra ele me benzer

 PAI BERNARDO

Com sua pemba, com sua guia 
Pai Bernardo vem 
Ele vem do Congo, vem, vem,
Vem de Mujongo, vem, vem 
Ele vem tirar 
Toda a mandinga que o filho tem 
Pai Bernardo vem

 PAI GUINÉ

É o vento que balança a folha Guiné 
É o vento que balança a folha 
É, é, é Pai Guiné, 
É o vento que balança a folha.

PAI JACINTO

Quem vem de longe é Pai Jacinto de Angola
Os seus cabelos brancos e encaracolados
Tem a brancura da pureza e da alegria
São abençoados pelo filho de Maria

 PAI JOAQUIM DE XANGÔ

Xangô, chamou 
Pai Joaquim lá na pedreira
Veio de longe, Pai Joaquim
Trabalhar na cachoeira
Xangô chamou 
Pai Joaquim lá na pedreira
Pai Joaquim chama seus filhos
Pra benzer na cachoeira

 PAI MANECO

Ele é Preto Velho, Preto sim senhor
Ele é Pai Maneco, meus filhos
Nego rezador
Ele tem chicote não pra revidar
Ele aponta uma estrela, meus filhos
No reino de Yemanjá

 PAI MANECO FEITICEIRO

Maneco chama feitiço
Quem faz feitiço é feiticeiro
De Aruanda vem ordem do Velho
Quem manda é o velho faceiro
Feiticeiro pega o patuá
Mandinga e suas ervas
E no Terreiro vem dançar
Bate o pé, levanta a poeira
E queima coisa ruim
Salve o feitiço do Velho Feiticeiro

 PAI BENEDITO DAS ALMAS

Nas almas tem um velho mandingueiro 
Ele é Pai Benedito já chegou nesse terreiro 
Oi salve o guia! Oi salve o guia!
Oi salve o guia Pai Benedito das Almas

 PAI BENEDITO DAS ALMAS

Minhas almas santas
Valei-me Nossa Senhora
Pai Benedito das Almas
Valei-me em todas as horas

 PAI BENEDITO DAS ALMAS

Pai Benedito é Preto-Velho Calunga
Mora lá no roseiral
Preto-Velho rezador na calunga
Chefe de Congá

 PAI BENEDITO DO CRUZEIRO

Meu Deus, que barulho é esse
No morro do Quequelê
Pai Benedito do Cruzeiro
Por Deus, venha me valer

 PAI BENEDITO DO CRUZEIRO

Quando ele vem
Vem louvando a Jesus
Vem dizendo que seu pai
Que seu pai morreu na cruz
Ele vem do tempo do cativeiro
Ele é Pai Benedito do Cruzeiro
Ele vem na Umbanda saravar
Porque tem permissão de Oxalá

 PAI BENEDITO DO CRUZEIRO

Cambinda chamou seu irmão
Para vir lhe ajudar
Benedito do Cruzeiro
Também ele foi chamar
Três velhos trabalham juntos
Para a nossa salvação
Valei-nos meus Pretos-Velhos
Valei-nos meus bons irmãos

 PAI BENEDITO DE ARUANDA

Benedito já chegou, já chegou lá de Aruanda
Ele veio ajudar a salvar filhos de Umbanda
Benedito já chegou, veio a mando de Jesus
Para ajudar os seus filhos a carregar a sua cruz

 ZÉ DO PITO

Meu pito tá apagado 
Minha marafa acabou 
Vou trabalhar pra suncê 
Porque sou trabalhador 
Eu vou trabalhar 
Suncê vai ganhar 
Muito Bango, meu filho 
E depois vem me pagar

 TIO TONHO DA ANGOLA

Meu senhor da casa grande
Não me bata, por favor
Não me amarre no seu tronco
Me conceda o seu perdão
Trago a minha força armada
Luz, amor e gratidão
Sou Tio Tonho de Angola
Que chegou nesse Congá
Sou Tio Tonho de Angola
Que veio pra trabalhar

 PAI MANOEL DE ANGOLA

Pai Manoel tomai conta de filhos
Tira areia do fundo do mar
Eu vi Pai Manoel de Angola
Eu vi a sereia do mar

 PAI JOAQUIM DE ANGOLA

Deixei meu cachimbo no toco
Mnadei o moreque buscá
Na hora da derrubada
Meu cachimbo ficou lá
Pai Joaquim sentou no toco
Fez o Sinal da Cruz
Pediu proteção à Zambi
Para os filhos de Jesus
Cada conta de seu rosário
É um filho que aqui está
Se não fosse o Pai Joaquim
Eu não sabia caminhar

 PAI JOAQUIM DE ANGOLA

Já preparei meu pandeiro
Já peguei minha viola
Agora vou pro terreiro
Saravar com Pai Joaquim de Angola
Ô dim, dim, dim, dim
Vamos saravar Pai Joaquim

 PAI JOAQUIM D’ANGOLA

O rosário do Pai Joaquim
Tem mironga pra vencer
Tem dendê, meu zi fio
Oi tem dendê 
A bengala do Pai Joaquim
Tem mironga pra vencer
Tem dendê, meu zi fio
Oi tem dendê

 PAI JOSÉ DE ANGOLA
Pai José, cadê Pai Mané?
Tá no mato apanhando guiné
Diga a ele que quando vier
Que suba as escadas sem bater o pé

 PAI JOSÉ DE ANGOLA

Ele é Pai José, vem lá de Angola
Com seu patuá, com a sua sacola
A fumaça vem, a fumaça vai
Pai José de Angola tem mironga, tem.

PAI JOSÉ DE ANGOLA

Pai José veio de Angola
Veio de Angola, Angolá
Quando chegou no terreiro
Encruzou seu jacutá

 PAI JOSÉ DE ANGOLA

Ele vive no meio das flores
Beijando a lua
No fundo do mar
Oh meu pai, que é Pai José
Que veio de Angola
Oi que vem saravar

PAI JOÃO DE ANGOLA

Quando ele vem nesta banda
Vem na Umbanda saravar Congá
Oi saravá Pai João de Angola
Que a seus filhos de pemba
Ele vem abençoar

 PAI JOSÉ DE ANGOLA

Quem quiser ver, que veja auê
Quem quiser ver, que veja auá
Eu é preto feiticeiro, eu chegô pra trabaiá
Eu é filho de Angola
O meu pai é de Guiné
Minha mãe é de Carangola
Eu me chamo Pai José

 PAI JOÃO DE ANGOLA

Quando ele vem nesta banda
Vem na Umbanda saravá o Congá
Oi saravá Pai João de Angola
Que a seus filhos de pemba
Ele vem abençoar

 PAI ANTÔNIO

Dá licença Pai Antônio
Que eu não vim lhe visitar
Eu estou muito doente
Vim pra você me curar
Se a doença for feitiço
Bulalá em seu congá
Se a doença for de Deus ai
Pai Antônio vai curar
Coitado de Pai Antônio
Preto Velho curandô
Foi parar na detenção ai
Por não ter um defensor
Pai Antônio é quimbanda, é curandô
Pai Antônio é quimbanda, é curandô
É pai de mesa, é curandô
É pai de mesa, é curandô
Pai Antônio é quimbanda, é curandô
Pai Antônio é quimbanda, é curandô

 PAI ANTÔNIO

Oi dai-me forças Jesus de Nazaré
Oi dai-me forças pra mim vir trabalhar
Dizem que a Umbanda tem mironga
Tem mironga, Pai Antônio tem congá

 PAI ANTÔNIO

Tira o cipó do caminho, criança
Deixa o vovô passar
Pai Antônio que vem de Angola
Para trabalhar

 PAI TOMÁZ

Ele é preto é 
É neto de Pai Joaquim,
Sobrinho de Pai José
Ele veio da Bahia, ele veio de Aruanda
Ele é Pai Tomáz, vencedor de demandas
Ele veio da Bahia, a mironga ele faz
É irmão de Pai Tomé, saravá nosso Pai Tomáz


Pontos de Linha
 1.

Preto-Velho está cansado
de tanto caminhar
Preto-Velho está cansado
de tanto trabalhar
Firma o ponto no terreiro
Que é longa a caminhada
Quem tem fé tem tudo
Quem não tem fé não tem nada

 2.

Ainda bem que era dia
Papai mandou chamar
Firma a cabeça, meus filhos
Que tem Preto pra chegar
 3.

Tizorerê, orerê, orará 
Os Pretos Velhos quando vem pra trabalhar
Vem trazendo a sua gente para todo o mal levar
Agô, agô, vem saravar filhos de Umbanda
Agô, agô, vem saravar nesse Conga
Saravá eles como chefes de terreiro
Saravá eles com todos seus companheiros
4.

O Preto Velho, no tempo do cativeiro
Trabalhava o dia inteiro, na senzala a matuscar
Uma maneira de domingo ir no terreiro
Com arruda e guiné saravar seu Orixá
Ajuda eu, Preto Velho, ajuda eu a rezar
Ajuda eu, atabaque, ajuda eu a girar.
Hoje o Preto quando desce no terreiro
Vem saravando os seus filhos
Com licença de Oxalá
Vem ensinando humildade e caridade
E a todos que tem fé um jeito de se salvar
Ajuda eu, Preto Velho, ajuda eu a rezar
Ajuda eu, atabaque, ajuda eu a girar.

 5.

Olêlê, meu Deus do céu, que alegria
O Preto-Velho não carrega soberbia
Meu Deus isso aqui eu preferia
A estrela Dalva no ponto do meio-dia
Eu vou plantar nesse quintal pé de pinheiro 
Para mostrar como se quebra macumbeiro
Olêlê, meu Deus do céu, que alegria
O Preto-Velho não carrega soberbia...
Pega o penacho bota abaixo na campanha
Nesse terreiro galo velho não apanha

 6.

Na Bahia tem eu vou mandar buscar
Lampião de vidro oi ‘sa dona, para clarear

 7.

É preto, é preto
É no meu congá
É preto, é preto
Ora vamos saravá

 8.

Preto Velho que coisa é essa 
Que me deixa o corpo mole 
É mironga de terreiro,
Preto Velho vai tirar
Vai fazer reza bem forte
Pra mandinga afastar
Preto Velho que coisa é essa 
Que me deixa o corpo mole 
Parece que é coisa feita,
Preto Velho vai tirar
Mas não fique assustado
Deste mal vou lhe livrar
E depois você vai embora,
Vai pra casa descansar
E depois que passar o tempo,
Volte aqui me visitar

9.

Ai meu tempo, faz tanto tempo
Que meu tempo não volta mais
Quando negro de Aruanda
Cantavam todos iguais
Faz tanto tempo
Na cachanga de Aruanda
A Conceição ia prova
Aladaee êê, aladaê ê a
Preto Velho ficava sentado
No batente do velho portão
Preto Velho com sua viola
Preto Velho com seu violão
Lá na festa da Conceição
Todo mundo pedia e implorava
O menino pegava a viola
Preto Velho então cantarolava
Ai meu tempo, faz tanto tempo
Que meu tempo não volta mais
O menino pegava a viola
Preto Velho então cantarolava

 10.

Mexe na cumbuca, repenica no Congá
Chama nosso povo e vamos trabalhar

 11.

Preto-Velho quando vem
Vem beirando a beira mar
Bota a canga no sereno
E deixe a canga serenar

 12.

Preto-Velho tem muita mironga
Xangô nas pedreiras mandou lhe chamar
Quero ver Preto-Velho descer
Sem seu cavalo balancear

 13.

Preto chegou no reino
Olha Preto já chegou
Preto é filho de pemba
Nosso Senhor é quem mandou

 14.

Que navio é aquele que vem lá do mar
O navio é dos pretos que vêm trabalhar
Em alto mar o navio balanceou
Salve todos os Pretos-Velhos
Que no reino já chegou

 15.

Pretos-Velhos na senzala padeceu, padeceu!
Preto-Velho não chorava
Só dizia: ai meu Deus!
Ai meu Deus, ai meu Deus!

 16.

Na linha de Umbanda tem dendê
Tem força divina de Orixá
Na linha de Umbanda eu quero ver
Esse filho de pemba balançar
Balança filho na força desse Congá 
Que ver vovô descer
Quero ver vovô chegar

 17.

Abre a engira, risca ponto
Acende a vela, cachimbo pitô,
Canta curimba: Preto-Velho chegô
Chama filho que começa a pedir
Preto-Velho escuta triste história de dó
Canta curimba: Preto-Velho chegô
Pita cachimbo, segura pemba, seu dotô
Canta curimba: Preto-Velho chegô
Pitando cachimbo, enxuga as lágrimas
Suaviza a dô
Canta curimba: Preto-Velho chegô

 18.

Preto-Velho batia zabumba
Preto-Velho batia tambor
Preto-Velho riscava seu ponto
Batia cabeça pra meu pai Xangô

 19.

Lá no céu eu vi uma estrela correr
Lá na pedreira vi as pedras rolar
E os Pretos-Velhos sentadinhos na areia
Quando a sereia começou a cantarolar
E no seu canto ela sempre dizia
Eu só queria ter asas para voar
Pra ir ao céu buscar a estrela que brilha
E os Pretos-Velhos pra enfeitar nosso Congá

 20.

No cruzeiro das Santas Almas
Eu vi um velhinho rezar
Na mão trazia sua bengala de guiné
Na outra mão trazia seu patuá

 21.

Seu doutorzinho quer que chame de doutor
É desaforo, cativeiro já acabou
Branco sabe ler, branco sabe escrever
Mas não sabe dia em que morre
O Preto é quem vai dizer

 22.

Estava na beira da praia
Lá no céu deu um clarão
A ordem era de Aruanda
Livrando preto da escravidão
Foi de Oxalá a ordem suprema
Mão Yemanjá quem mandou
Meu pai Xangô escreveu lá na pedreira
Pai Ogum cumpriu a ordem,
Pai Oxóssi confirmou
Hoje eu tenho alegria 3
Preto-Velho hoje é sinhô

 23.

Seu cachimbo está no toco
Manda moleque buscar
E no sertão da mata virgem
Seu cachimbo ficou lá

 24.

Acorda! Acorda
Quem está dormindo, acorda!
Estás dormindo na porta deste Congá
Quem tem inimigo não dorme
Acorda pra corimá
Vem firmar ponto pra Ogum e Oxalá
Estás dormindo em vez de trabalhar
Quem tem inimigo não dorme
Acorda pra vigiar

 25.

As almas têm, as almas dá,
As almas dá pra quem sabe aproveitar
Olha lá meu irmão,
As almas não enganam ninguém
Olha lá meu irmão, adorei as almas
Olha lá meu irmão, as almas vêm trabalhar
Olha lá meu irmão, vêm na fé de Oxalá

 26.

Cajueiro bento aonde nasceu Jesus
Minha Virgem Imaculada
Chora nos pés da cruz
Abre a porta do céu, São Pedro
Deixa as almas trabalhar
Minha Virgem Imaculada
Chora nos pés da cruz

 27.

Bum, bum, bum
Bateram na porta do céu
Bum, bum, bum
São Pedro abriu pra ver quem é
Mas eram as almas, oh Velha Conga
Que se pesavam na balança de São Miguel

 28.

Ele é Preto-Velho e anda todo de banda
No cachimbo dele é que tem mironga

29.

Arreia Pedro com sua falange
Nossa Senhora
Carregando sua bandeira

 30.

Ele é zi Preto, velho e cansado
Que passa os dias a trabalhar
Mas quando pensa que está de folga
Tem os seus filhos pra ajudar ha ha ha ha

 31.

Se eu não fosse filho de pemba
São Cipriano não vinha cá
Aruê aruê São Cipriano mandou me chamar
Aruê aruá filho de pemba não pode tombar

 32.

Na linha de Pretos-Velhos
Ninguém pode atravessar
Oi segura a pemba ê ê
Oi segura a pemba ê á
Oi segura a pemba ê ê
Oi segura a pemba no Congá

 33.

Eu estava no terreiro
Vendo os Pretos-Velhos trabalhar
Cada volta que eles davam
Eles cruzavam meu Congá

 34.

Ele vem de longe, sem conhecer ninguém
Veio colher as rosas que na roseira tem

 35.

Oh salve os santos da Bahia
Oh salve a mesa de Xangô
Junto com seu patuá
Não há mesa na Bahia
Que não tenha vatapá
Não há santo bem seguro
Que não tenha patuá

 36.

A fé que eu tenho no meu Orixá 
Hoje está no terreiro pra me ajudar 
Saravá, saravá, saravá 
O Preto Velho não pode chorar 
Vencedor de batalha, não pode tombar 
Saravá, saravá, saravá

 37.

A lua lá no céu surgiu
E clareou os caminhos de Umbanda
Aqui na terra filho de pemba é guerreiro
Preto Velho surgiu
Como é linda a sua banda
A estrela lá no céu brilhou
E clareou os caminhos de Umbanda
E lá na terra filho de pemba pediu 
Preto Velho ouviu 
Como é linda a nossa Umbanda

 38.

A estrela lá no céu brilhou
E clareou os caminhos de Umbanda
E lá na terra, filho de pemba pediu
Preto Velho ouviu
Como é linda a nossa Umbanda

 39.

É Preto, é Preto oh Cambinda
Todo mundo é Preto oh Cambinda
Em terra de Preto oh Cambinda
Eu também sou Preto oh Cambinda

 40.

Eu choro meu cativeiro 
Meu cativeiro, meu cativerá 
No tempo da escravidão
Preto Velho sempre trabalhou
Sentado em sua senzala
Batia tambor, saravá Pai Xangô


 41.

O Preto Velho que nasceu no cativeiro
Hoje desce no terreiro
De cachimbo e pé no chão
Pega na pemba, risca ponto e faz mironga
Saravá, Maria Congá, saravá, meu Pai João

 42.

Quem é aquele velhinho
Que vem no caminho andando devagar
Com seu cachimbo na boca
Pitando a fumaça e soltando pro ar
Ele é do cativeiro
Ele é Preto Velho, ele é mirongueiro

 43.

Santo Antônio, que santo é aquele
Que vem no andor
É São Benedito coberto de flor

 44.

Tira o cipó do caminho, oh criança
Deixa esse velho passar
É Preto Velho
Que vem de Aruanda para trabalhar

 45.

Oi que brilha no céu, é lua nova
Mas que tem lá céu, é lua nova

 46.

Toda segunda-feira tem feitiço na ladeira 
As velas queimando no asfalto
Chorando alto, chorando alto
Mendigo sentado no asfalto
Cheirando álcool, cheirando álcool
Os carros passando no asfalto
Buzinam alto, buzinam alto
Bandido correndo no asfalto
Foi um assalto, foi um assalto
Patrão padroeiro das almas
Bendito seja o rosário
Patrão padroeiro das almas
Nós cumprimos nosso horário

 47.

Zum, zum, bateu na porta,
Saravá vou ver quem é
É o povo de Aruanda
E a falange de Guiné

 48.

Pisa na linha de Congo, meu filho, filho meu
Pisa na linha de Congo devagar, filho meu
Pisa na linha de Congo, destemido filho meu
Pai Congo trabalha na Umbanda
Para caminhar olha Congá girar

 49.

Na fazenda de Santa Rita
Nego duro de se acordar
Não trabalha porque não quer
Tem cavalo pra arriar

 50.

Bate tambor lá na Angola 
Bate tambor 3x
Pai Maneco Bate tambor
Pai José Bate tambor
Pai Joaquim Bate tambor
Bate tambor lá na Angola
Bate tambor

 51.

E esse nego que veio de Aruanda
No terreiro de Umbanda
Ele vem pra trabalhar
E olha o passo da girafa o nego dá
E olha o jeito desse nego trabalhar
E olha o passo da girafa o nego dá
E esse nego já foi dono de congá
Lá nas matas tem as folhas da Jurema

 52.

É preto, é preto, oi Cambinda
Na terra de preto, oi Cambinda
Eu também sou preto, oi Cambinda
Na terra de preto, oi Cambinda

53.

Eu cheguei no terreiro
Risquei o meu ponto
Quem é o primeiro?
Eu cheguei no terreiro
Risquei minha pemba
Quem é o primeiro?
O primeiro é aquele
Que está lá no canto
Com cara de pranto
Qué falar com o homem 
Venha cá mizi filho
Jogaram feitiço em suncê
Agora vá lá na encruza
Acenda uma vela com fita amarela
Farofa e dendê, que eu vai te proteger
Que eu vai te proteger
Eu vai te proteger, mas peça maleime
Meu filho de fé
Confia em mim, eu sou Embaé

 54.
Não vou plantar café de meia
Eu vou plantar canavial
Café de meia não dá lucro Sinhá dona
Canavial, marafo dá
Amarra o boi, Preto Velho 
Na porteira do congá

 55.

Preto Velho quando vem da Aruanda
Vem com Deus e a Virgem Maria
Saravá o povo de Aruanda 
Saravá o povo da Bahia

 56.

Ô meu São Benedito 
Na coroa de Zambi tem congá 
Seu carreteiro toca o carro devagar
Que senão o carro vira
E o carreteiro passa mal
Sou Preto Velho e não gosto de lambança
Curo moço, curo velho e também curo criança

 57.

Eiê, eiê, eiê, eiê, eiê
Oi, eiê, eiê, eiê, eiá 
O jongo é bom de lasca 
no terreiro de dona Sinhá 
Preto Velho baixa na terra
Faz coisas de admirar
Planta um pé de banana
Na mesma hora ela dá
O tronco solta o cacho
Se vê amadurecer
Preto Velho tira a banana
E dá pra todos comer
Isto que quero ver 
Pai de Santo que saiba fazer

 58.

Oiê, Senhor Macuta
Oiê Senhor Macutá
Ele vem de Angola Senhor Macutá
Chegou agora, Senhor Macutá
Com a mão na pemba
Alcançou vitória, Senhor Macutá.

 59.

Quem vem descendo
Aquela estrada tão comprida
São os Pretos Velhos
Eles desceram pra ajudar
Os filhos que caíram
E não podem levantar

 60.

Nas matas tem folhas e
Tem rosário de Nossa Senhora
Tem arueira de São Benedito
Os Pretos Velhos
Que nos valham nessa hora

 61.
Corisco o céu rasgou
O chão do terreiro brilhou
Com a sua cruz e o seu machado
O Preto Velho, sua presença marcou
Xangô, Deus do céu
No Preto sua voz ecoou
Xangô, Justiceiro e humilde
Sua falange ilumine

 62.

Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
No tempo do cativeiro,
Quando o senhor me batia,
Eu rezava pra nossa senhora, meu Deus,
Como a pancada doía.
Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
O branco batia no negro
De tarde, de noite, de dia
E o negro amarrado no tronco
Chorava e rezava pra virgem Maria
Chora meu cativeiro, 
Meu cativeiro, meu cativerá 
A lágrima é branca do branco
É branca do negro também
Se o sangue do negro é vermelho
Do branco é vermelho, de Cristo é também

 63.

O galo bateu asas e cantou 
Na hora em que o Preto-Velho chegou 
Se o galo não cantasse
Muita gente não sabia
Preto Velho aqui chegava
Antes de raiar o dia

 64.

Negro carreiro
Toque o carro devagar
Cuidado que o carro vira
E o carreiro passa mar

 65.

Saravá, saravá, saravá
Esse filho de pemba
Que fica de pé no congá
Saravá, saravá, Oxalá
Ele é pai de cabeça
E não deixa seus filhos tombar
Lua, oh, lua
Ilumina o terreiro
Que o Preto Velho chegou
Lua, oh, lua
Já deu meia noite
Meu galo de pemba cantou

Demanda

1. PAI JOAQUIM D’ANGOLA

Preto Velho quando trabalha
Usa as folhas da arruda e guiné
Leva os males pra Aruanda
Salva seus filhos de fé
Pisa aqui nesse terreiro
Vem trabalhar velho curador
Derruba demanda de macumbeiro
Mostra o caminho do amor
Pega o pito, risca seu ponto
Acende a vela, lança ponteiro
Cura doença de qualquer filho
Com Oxalá que é seu protetor

 2.

Lá no cruzeiro
Tem fita preta e amarela
Quem não acredita nas almas
Eu acho bom não mexer nelas

 3.

Lá no cruzeiro divino
Aonde as almas vão rezar
As almas choram de alegria
Quando os filhos se combinam
Também choram de tristeza
Quando não quer combinar

 4.

Oh Santas Almas do rosário de Maria
Ajude esse filho a caminhar pelos seus dias

 5.

Macumba nas almas amanhece o dia
Ô amanhece o dia
Tenho fé nas almas e na Virgem Maria
Ô na Virgem Maria

Subida
 1.

E vai Preto Velho subindo pro céu
E nossa Senhora cobrindo com véu

 2.

Eu lhe dei boa noite ‘sa dona
Boa noite ele já deu ô ‘sa dona

 3.

Preto-Velho vai se embora
A saudade no meu peito vai ficar
Ele vai pra sua Aruanda
Saravá filhos de Umbanda 
Quem chamou foi Oxalá

 4.

O galo vai cantar
Quando chegar a hora
Pai João vai pra Aruanda
Vai de volta na aurora
Ele vai deixar
Muito amor, muita alegria
Vai pra junto de Yemanjá
E da Virgem Maria

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